quarta-feira, 23 de maio de 2012

FibHaikais

A cidade parou
fiquei de mãos atadas
greve no metrô

É tarde outonal. Debrucei-me no peitoril da janela e nenhum sinal das araras, das meninas de bicicletas, das rosas e companhia que há alguns dias estou aguardando que voltem. Então decidi oferecer a vocês amigos virtuais outra modalidade poética que fiz às pressas, como sempre.

 imagem do Google
FIBHAIKAI 

FIB
É uma forma poética baseado no número de Fibonacci (em homenagem a Leonardo Fibonacci) que introduziu a sequência matemática 0,1,1,2,3,5,8,13,21 e assim sucessivamente.
FIBHAIKAI
É um texto criado pela fusão de duas formas poéticas: O FIB e o HAIKAI
No FIB o primeiro e o segundo verso tem uma sílaba poética, o terceiro tem duas, o quarto tem três, o quinto tem cinco, o sexto tem oito sílabas e assim por diante.
NO HAIKAI o primeiro verso tem cinco sílabas,  o segundo tem sete sílabas e o terceiro tem cinco sílabas poéticas.

O FIB HAIKAI não tem título e deve ser registrado  por sequência numérica, tais como: FIBHAIKAI-1, FIBHAIKAI-2, FIBHAIKAI-3 e assim por diante.




FIBHAIKAI-1
CÉU
ONDA
MANHÃ
SILVOS NO AR
GAIVOTAS A SOBREVOAR
SOBRE A AREIA CONCHAS DO MAR ...

Me perdi ao olhar
o desanuviar das brumas
gaivotas a bailar


FIBHAIKAI-2

DOR
FLOR
CAULE
PENDIDA FLOR
NO CHÃO EXAURIDA
UM ALVO DENTE-DE-LEÃO

Leve pompom
frágil, livre, ágil flutua
Dente-de-leão



FIBHAIKAI-3

SOL
GIRA
GIRASSOL
DOURADO FLUTUA
E A TARDE SE DESPE. DESPEDE
PRA TROCAR DE VESTE E BEIJAR A LUA

Fim de tarde
Despedem-se do sol
Curvos girassóis


quarta-feira, 9 de maio de 2012

DIA DAS MÃES

Em face de a minha já não estar mais neste plano,  fiz esta homenagem.


 ENTÃO PERGUNTEI
ÀQUELA ESTRELA MAIOR
- ÉS TU MAMÃE ?

E ELA DESCEU NO PORTAL DO  SONHO,  ME ACENOU,  SORRIU E DISSE COM TERNURA:
- SIM. VIM ABENÇOAR O DIA DE TODAS AS MÃES





Queridos amigos virtuais, vejam na postagem anterior alguns de meus haicais.
 UM DOMINGO MUITO ESPECIAL A VOCÊS
Beijos

HAICAIS


Uma ave rara
Encantou a minha tarde
No pé de amora

 HAICAI
Forma poética originária do Japão, onde em três linhas (de cinco, sete e cinco sílabas) se diz o máximo com o mínimo de palavras. É uma prática voltada para o cotidiano, utilizando-se do "KIGO" fidelidade com a natureza e as estações do ano. Sem título, devendo utilizar-se  de linguagem simples, sempre no presente e evitando o uso no gerúndio. Enfim é  um registro momentâneo do " aqui agora".

Haicais de minha autoria que foram publicados no jornal Nippo Brasil e Jornal Nippak 
 1 - A água acabou
    Um oco envolto de branco
    resta do coco


2 - Farfalhos ao vento
    Pata-de-vaca florida
    Pétalas caindo


3 - Tremor de folhas
    Odor intenso. Uma cantárida
    Quebra o silêncio


4 - Desce a ladeira
    Mendigo de manta puída
    Feita de tricô


5 - Na estiagem
Barcos fincados na areia
Folguedos dos meninos

6 - Vovô no parque
A infância torna e flutua
Na bolha de sabão

7 - Um ponto preto
Na vermelha flor de sálvia
Estranho inseto

8 - Rumo ao sítio
Bougainvilleas na estrada
Passeio promete

9 - Cisca quireras
No meio das galinhas
Orfão Azulão

10 - Luzem em trilhas
Após a chuva criadeira
Plantações de milho


11 - Vento Minuano
Só aquece a vigília
A xícara de chá

12 - Um feixe de luz
Aponta a jaca madura
Hora da colheita

13 - Frente á guarita
Pés de jacas quase maduras
Vigília constante

14 - Rompe o cochilo
Do gato deitado no sofá
Picada de pulga

15 - Colheita de verão
Retinindo no roçado
Roxas berinjelas
 
16 - Despida de folhas
Agora se aquece com cachos 
De rubras suinãs

   
17 - Farol fechado
Sob o frondoso pé de jaca
Sombra por um instante

18 - Na poça d'água
Resquício da enchente
Girinos em transe

19 - Tem cores de sol
Dedinhos que apontam o céu
Sibipirunas em flor

20 - Ovelha em fuga
Põe em polvorosa
O presépio vivo

21 - Espreita a presa
Enrolada no cipoal
Cobra jararaca

Fotos e quadros de Elisa Campos